sábado, 27 de fevereiro de 2010

Dele: Chico Buarque

Por ela é que eu faço bonito
Por ela é que eu faço o palhaço
Por ela é que saio do tom
E me esqueço no tempo e no espaço
Quase levito
Faço sonhos de crepon

E quando ela está nos meus braços
As tristezas parecem banais
O meu coração aos pedaços
Se remenda prum número a mais

Por ela é que o show continua
Eu faço careta e trapaça
É pra ela que faço cartaz
É por ela que espanto de casa
As sombras da rua
Faço a lua
Faço a brisa
Pra
Luisa dormir em paz

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Basta-me o essêncial...

“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.

Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.

As primeiras ele chupou displicente, mas percebendo que faltavam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.

Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas que, apesar da idade cronológica, são imaturas.

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de Deus.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.

Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada: - Gosto, e ponto final! Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

O essencial faz a vida valer à pena. Basta o essencial!”

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

"Palavras e silêncio que jamais se encontrarão..."

Alguém aqui já se sentiu vazio de si e dos outros? To tentando escrever desde cedo, mas falta sempre alguma coisa...

Inconseqüente? Irresponsável? Imatura? Errante? Talvez isso e um pouco mais. "Palavras e silêncio que jamais se encontrarão...".

Sabe, cansei de tanta futilidade, tanta coisa sem nexo, eu não preciso de muita coisa, preciso de mim, me encontrar, entender essa estranha garota perfeita. É tão difícil manter tudo em ordem. Quando você começa a organizar a ‘casa’ e fechar o ‘comercio’ para o balanço, pode perceber que há muito ‘caixa 2’ e que a mobília da sua casa não é como você planejou e sempre acaba ficando cada vez mais difícil [re]colocar tudo no seu lugar. Hoje senti um vazio, vazio cultural, moral, intelectual... Preciso urgentemente de um porto, na vida e na natureza, nada se perde tudo sempre se transforma. Se isso será bom ou ruim, só depende de cada um... E eu não sei se estou transformando o que existe em algo bom.

Brigadeirão se você me perguntasse se eu ainda amo BB eu certamente te diria que sim, mas se você me perguntasse o que eu sinto por ti, eu diria que eu falei “eu te amo” para a pessoa errada... Eu me sinto a pessoa errada, no lugar errado e na hora errada, fazendo ainda tudo errado! Difícil encontrar meu caminho de volta...

Morango com champagne [e Marta] em 2010 [com ou sem Cacau? rs...]!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Aprender a conviver com o efêmero é uma das tarefas mais duras que a vida impõe...

... A gente procura um analista em busca de definições. E depois de quase 22 anos você descobre, que não há definição. Vida é falta de definição. É transitória mesmo. Agora eu entendi. Não tem a portinha certa. Não tem o mapa da mina. O mapa muda toda hora. A mina pode explodir a qualquer hora e qualquer lugar. Não é assim? Tudo que eu preciso é conviver bem com meu desalinho, com minha inconstância e com as surpresas que a vida traz. - A gente fica a vida inteira procurando a outra metade da laranja!!! Não seria mais facil se nós fossemos uma laranja inteira?! - Todo amor vira amizade, desejar mais do que isso é imaturidade. Aprender a conviver com o efêmero é uma das tarefas mais duras que a vida impõe...