terça-feira, 15 de novembro de 2011

Quando a gente briga...

"Mesmo quando a gente briga, eu ainda te amo... Quando a gente briga eu te amo ainda mais... Eu poderia simplesmente sair de vez da sua vida, mas eu escolho ficar."
ATRITOS
Ninguém muda ninguém;
ninguém muda sozinho;
nós mudamos nos encontros.

Simples, mas profundo, preciso.
É nos relacionamentos que nos transformamos.
Somos transformados a partir dos encontros,
desde que estejamos abertos e livres
para sermos impactados
pela ideia e sentimento do outro.

Você já viu a diferença que há entre as pedras
que estão na nascente de um rio,
e as pedras que estão em sua foz?

As pedras na nascente são toscas,
pontiagudas, cheias de arestas.

À medida que elas vão sendo carregadas
pelo rio sofrendo a ação da água
e se atritando com as outras pedras,
ao longo de muitos anos,
elas vão sendo polidas, desbastadas.

Assim também agem nossos contatos humanos.
Sem eles, a vida seria monótona, árida.
A observação mais importante é constatar
que não existem sentimentos, bons ou ruins,
sem a existência do outro, sem o seu contato.
Passar pela vida sem se permitir
um relacionamento próximo com o outro,
é não crescer, não evoluir, não se transformar.

É começar e terminar a existência
com uma forma tosca, pontiaguda, amorfa.
Quando olho para trás,
vejo que hoje carrego em meu ser
várias marcas de pessoas
extremamente importantes.

Pessoas que, no contato com elas,
me permitiram ir dando forma ao que sou,
eliminando arestas,
transformando-me em alguém melhor,
mais suave, mais harmônico, mais integrado.
Outras, sem dúvidas,
com suas ações e palavras
me criaram novas arestas,
que precisaram ser desbastadas

Faz parte...
Reveses momentâneos
servem para o crescimento.
A isso chamamos experiência.
Penso que existe algo mais profundo,
ainda nessa análise.
Começamos a jornada da vida
como grandes pedras,
cheia de excessos.

Os seres de grande valor,
percebem que ao final da vida,
foram perdendo todos os excessos
que formavam suas arestas,
se aproximando cada vez mais de sua essência,
e ficando cada vez menores, menores, menores...

Quando finalmente aceitamos
que somos pequenos, ínfimos,
dada a compreensão da existência
e importância do outro,
e principalmente da grandeza de Deus,
é que finalmente nos tornamos grandes em valor.

Já viu o tamanho do diamante polido, lapidado?
Sabemos quanto se tira
de excesso para chegar ao seu âmago.

É lá que está o verdadeiro valor...
Pois, Deus fez a cada um de nós
com um âmago bem forte
e muito parecido com o diamante bruto,
constituído de muitos elementos,
mas essencialmente de amor.
Deus deu a cada um de nós essa capacidade,
a de amar...
Mas temos que aprender como.

Para chegarmos a esse âmago,
temos que nos permitir,
através dos relacionamentos,
ir desbastando todos os excessos
que nos impedem de usá-lo,
de fazê-lo brilhar

Por muito tempo em minha vida acreditei
que amar significava evitar sentimentos ruins.
Não entendia que ferir e ser ferido,
ter e provocar raiva,
ignorar e ser ignorado
faz parte da construção do aprendizado do amor.

Não compreendia que se aprende a amar
sentindo todos esses sentimentos contraditórios e...
os superando.
Ora, esse sentimentos simplesmente
não ocorrem se não houver envolvimento...

E envolvimento gera atrito.
Minha palavra final: ATRITE-SE!

Não existe outra forma de descobrir o amor.
E sem ele a vida não tem significado.

(Roberto Crema)

domingo, 6 de novembro de 2011

(...)Assim como eliminamos o amor, também o cultivamos(...)

É possível encontrar na Terra um casal perfeito? Um par feliz, em que cada um, com as suas possibilidades, complete o outro sem exigências, sem ferir e magoar? Podemos dizer que um casamento perfeito pressupõe a união de duas pessoas perfeitas. Porém, isso é impossível aqui em nosso mundo, ainda tão atrasado espiritualmente. 
No entanto, não obstante os defeitos que ainda predominam em nossa sociedade, sabemos de casais que vivem muito bem e gozam de uma relativa felicidade, já que a felicidade total só conheceremos em outro Mundo, conforme nos disse o Cristo. Esses casais felizes são pessoas comuns que lutam com dificuldades profissionais, familiares, e até mesmo íntimas, porém, possuem o firme propósito de alcançarem a paz junto ao cônjuge e com as pessoas que os rodeiam. Então, é possível encontrar a harmonia no casamento? Sim. É possível. 
Acrescentemos ainda que o começo de tudo é nos conscientizarmos de que, assim como eliminamos o amor, também o cultivamos. Devemos empreender esforços rumo a essa plantação que será cultivada dentro de nós, em nosso coração, todos os dias, com carinho e atenção, respeito e tolerância. 
A harmonia conjugal é obra de compreensão e respeito mútuo. O casal feliz é aquele que encontra tempo par amar. As horas divididas a dois somam muito, na estabilidade emocional de ambos. Os cônjuges que não têm tempo um par o outro viverão em mundos diferentes, particulares, e quase nada realizarão juntos. Quando isso ocorre, depois de alguns anos serão dois estranhos que vivem sob o mesmo teto, unidos apenas por um papel, sem que se amem verdadeiramente. 
Matrimônio feliz é aquele que tem por base o amor e a amizade sincera. Outro fator importante para a felicidade conjugal é a cumplicidade. Esse sentimento deverá alcançar todas as situações da vida. Isto significa gostar do jeito do outro, admirar suas realizações, vibrar com seus afetos, perdoar seus erros, empenhar-se em seus projetos, sofrer com as suas dores, repartir as derrotas, enfim, serem unidos de verdade. 
Quando o casal se une de verdade, as vitórias acontecem mais facilmente. E mesmo que haja derrotas, as lágrimas derramadas serão motivos para leva-los a encarar a oportunidade sem culpas e acusações. Casamento não é constituído por adversários, mas se isso ocorrer, a melhor forma de recuperar a união é tornar o outro nosso amigo parceiro. 
Não devemos, no casamento, lutar a fim de impor somente a nossa vontade, para satisfação do nosso ego. Ao contrário de vencer, é preferível e os dois saiam vencedores. Precisamos, também, descobrir a alegria de doar e não somente receber. E se nos casamos é para fazer o outro feliz, também. Casal feliz é aquele que se doa mutuamente. 
Enfim, podemos enumerar vários outros ingredientes, para que obtenhamos a felicidade conjugal, mas certamente com amor acharemos nossos próprios caminhos e conseguiremos êxito em nossa convivência. Basicamente saibamos que, informados de todas essas virtudes, nada obteremos sem que elas sejam colocadas em prática, incansavelmente, até os últimos dias de nossa convivência a dois. Devemos acreditar, sempre, que poderemos ser felizes. É com essa finalidade que aqui estamos. E seremos, se assim o quisermos.
 
(Jamiro dos Santos Filho, tirado daqui)